segunda-feira, 8 de outubro de 2007

TURBINANDO 7 - MAPAS TEXTUAIS

À organização do texto em tópicos e subtópicos,Angela Kleiman (1993, p. 59) designa a essa estrutura de mapa textual, uma metáfora bastante rica, especialmente no caso de textos curtos, em que é possível desenhar essa estrutura e, assim, visualizá-la.

Pegando o gancho da metáfora mapa, é importante assinalar que, assim como um determinado espaço admite diferentes mapas, segundo o interesse do cartógrafo (por exemplo, político, bacias hidrográficas, densidade demográfica, alfabetização etc.), os textos também permitem diferentes mapas textuais, segundo os interesses do leitor.

Como diz Kleiman (1989, p. 95),"Uma vez que a macroestrutura de um texto resulta de um processo inferencial do leitor, pode haver diferentes macroestruturas de um texto, mas haverá também um alto grau de concordância,também devido à marcação dos níveis mais altos, tais como títulos, subtítulos."

O conceito mapa textual é bastante útil quando nos defrontamos com textos de estrutura irregular, especialmente quando a organização temática não é rígida (como um poema), parece fugidia ou não se deixa perceber com nitidez.

KLEIMAN e MORAES, 1999 propuseram um modelo para leitura de textos em aulas de Língua Portuguesa e áreas afins.
Este modelo é composto basicamente por quatro momentos, a saber:

1) Contextualização do texto: neste momento é feita uma leitura prévia das partes principais do texto (título geral, subtítulos, figura e boxes). Posteriormente professor e alunos fazem conjuntamente um levantamento de possíveis problemas ou questões que o texto pode tratar.

2)Ativação do conhecimento: neste momento serão trabalhadas questões que possibilitem responder aos problemas levantados no momento anterior;

3) Construção conjunta de um mapa textual: neste momento é elaborado conjuntamente por professor e alunos um mapa textual a partir das idéias prévias dos alunos, tendo no centro a questão problema e as demais no seu entorno;

4) Leitura do texto proposto e verificação das hipóteses de leitura: neste momento ocorre a leitura do texto pelos alunos e elaboração de um novo mapa textual tendo como base as informações contidas no texto. Ocorre também comparação dos mapas textuais elaborados antes e após a leitura do texto para verificação de quais hipóteses levantadas inicialmente foram contempladas no texto lido.

Por fim, ocorre o desenvolvimento das hipóteses não contempladas no texto cabendo aqui o uso de estratégias diferenciadas que dêem conta disso, como por exemplo: pesquisa a novos materiais, atividadespráticas, elaboração de sínteses pelos alunos, seminários palestras entre outros.


DIFICULTADORES

Professor: Na construção do mapa textual, a dinâmica para as idéias prévias ou concepções dos alunos é um dos momentos de maior dificuldade para o professor durante a implementação da estratégia didática. A dificuldade se dá no sentido de que o professor precisa organizar as idéias dos alunos em categorias para que possam ser retomadas posteriormente no sentido de serem confirmadas ou refutadas após a leitura do texto, e este exercício exige do professor habilidade e conhecimento para sistematizar e categorizar os dados levantados.

Aluno: Esta dificuldade também é perceptível nos alunos, especialmente após a leitura do texto e a nova construção do mapa textual, visto que normalmente os alunos não estão habituados a este tipo de atividade. Percebe-se que o desenvolvimento deste tipo de atividade provoca uma certa desacomodação, instigando-os a pensar e falar sobre o assunto. No entanto, as dificuldades na exposição de suas concepções prévias durante o primeiro e segundo momento (contextualização e ativação do conhecimento), sinaliza para que cada vez mais seja trabalhado com eles este tipo de atividade.

E você professor (a) já usou este recurso em suas próprias estratégias de leituras????



COMENTÁRIOS DE USUÁRIOS

LIDINAE disse...
Já experimentei o trabalho com mapas textuais e é realmente muito bom. O aluno acaba ativando melhor seu conhecimento prévio perante o texto e se envolvendo mais.
Lidiane

10 de Outubro de 2007 22:05


Mariza Peró disse...
Como se diz o texto há sempre uma certa acomodação quanto a metodologia aplicada no trabalho com leitura e escrita, não só por parte dos alunos como também quanto trata-se de novas estratégias aplicadas pelo professor, pois ao instigar seus alunos a novos conhecimentos é preciso muito estudo e dedicação.

E no trabalho com mapas textuais não é diferente, é uma nova estratégia que depõe muita investigação e intervenção por parte do professor, mas um recurso valioso de reflexão e aquisição de novos conhecimentos. Então para que não utilizá-la.

Confesso que utilizei muito pouco essa estratégia em minhas próprias leituras, tão pouco o fiz com meus alunos, mas estou disposta a mudar, principalmente depois de ler o modelo para leitura de textos de KLEIMAN e MORAES exposto neste blog.

Mariza Peró

15 de Outubro de 2007 18:45

3 comentários:

  1. Já experimentei o trabalho com mapas textuais e é realmente muito bom. O aluno acaba ativando melhor seu conhecimento prévio perante o texto e se envolvendo mais.
    Lidiane

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  2. Como se diz o texto há sempre uma certa acomodação quanto a metodologia aplicada no trabalho com leitura e escrita, não só por parte dos alunos como também quanto trata-se de novas estratégias aplicadas pelo professor, pois ao instigar seus alunos a novos conhecimentos é preciso muito estudo e dedicação.

    E no trabalho com mapas textuais não é diferente, é uma nova estratégia que depõe muita investigação e intervenção por parte do professor, mas um recurso valioso de reflexão e aquisição de novos conhecimentos. Então para que não utilizá-la.

    Confesso que utilizei muito pouco essa estratégia em minhas próprias leituras, tão pouco o fiz com meus alunos, mas estou disposta a mudar, principalmente depois de ler o modelo para leitura de textos de KLEIMAN e MORAES exposto neste blog.

    Mariza Peró

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  3. Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu

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Grata pela sua participação.
[]s.
Katty Rasga