sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

“Falamos uma língua e temos de aprender a ler e escrever em outra língua.”P.Coimbra e J.Mari, 1998.



“Quando o professor estabelece (e faz com que o aluno perceba) os objetivos e finalidades para o trabalho com leitura e escrita, com certeza, essas atividades assumem sua função social. Deixam de ser meros exercícios de sala aula, assumem seu real papel ao cumprir a função de atingir o interlocutor a partir de determinadas intenções.”
“Quando queremos instruções sobre como fazer um bolo, não vamos buscá-las num dicionário, e é esse conhecimento que nos permite ganhar tempo e autonomia. Essa experiência todos os alunos precisam adquirir e, para muitos, começa antes de entrar para a escola, quando presenciam atos de leitura e escrita praticados pelas pessoas que os rodeiam.”


O que é ESTRATÉGIAS DE LEITURA?
OBJETIVOS DA LEITURA       
Aluno tem que saber o OBJETIVO

• PRAZER
• OBTER INFORMAÇÕES (PRECISAS/GERAIS)
• SEGUIR INSTRUÇÕES
• APRENDER
• REVISAR TEXTO PRÓRPIO
• COMUNICAR TEXTO PARA AUDITÓRIO
• PRATICAR LEITURA EM VOZ ALTA
• VERIFICAR O QUE SE APRENDE




CAPACIDADES DE LEITURA
ANTES
Ao ler literatura, mobilizamos nossas experiências para desfrutarmos o texto e apreciarmos os recursos estilísticos selecionados pelo autor.
Observando um livro, numa rápida leitura “inspecional”, podemos antecipar algumas das informações que iremos encontrar no texto.

-Título
-Capa
-Ilustrações
-Sumário
-Autor
-Gênero
-Conhecimento prévio – fazer a socialização
-Antecipação ou predição

Apresentar informações que o autor do texto pressupõe que os leitores virtuais tenham, mas que supomos que nossos alunos ignorem.
Estimular os alunos a explicitar os conteúdos que esperam encontrar no texto a partir dos índices levantados.


DURANTE
Estimular a compreensão global do texto em contextos de leitura autônoma ou compartilhada, a partir da observação de indicadores como o léxico, a situação enunciativa, as conexões entre os enunciados, as relações intertextuais etc.
Identificar a organização composicional do gênero a que pertence o texto.

Conteúdo
Propriedade do texto
Checagem de hipóteses
Retomar as hipóteses
Localização de Informação
Sublinhar, copiar, iluminar 
SÍNTESES (palavras chaves)
Comparação de informação
Identificar (tese, argumentação (pró/contra), vozes, conflito central) RESUMO
Generalização
Sínteses
Extrair regra
O que o autor pretende com o texto

Produção de inferências
LOCAIS
- Referente de pronomes
- Relacionar expressões sinônimas
..........
GLOBAIS
- Explicito
- Pressuposto pistas
- Escolhas lexicais (palavras)
- Construções enfáticas
- Operadores argumentativos
(mas, porém, todavia, contudo, entretanto ......)
- Linguagem figurada
- Ironia
          
           INFERÊNCIAS  -Autorizadas (pistas)
                        -Não autorizadas (interpretação livre)

CAPACIDADES DISCURSIVAS
Capacidades de apreciação e réplica do leitor em relação ao texto (interpretação, interação)
-Recuperação do contexto de produção do texto
-Definição de finalidades e metas da atividade de leitura
-Percepção de relações de intertextualidade
-Percepção de relações de interdiscursividade
-Percepção de outras linguagens
-Elaboração de apreciações estéticas e/ou afetivas
-Elaboração de apreciações relativas a valores éticos e/ou políticos




Pode-se ou não se emocionar com um texto; pode-se ou não gostar de um texto; pode-se ou não concordar com o quadro de valores sustentados ou sugeridos pelo texto ou por suas leituras.
Para uma melhor compreensão da obra, assim como para a problematização dos temas sugeridos pelo texto, nada melhor do que trocar impressões com outros leitores.

DEPOIS
Estimular paráfrases do texto lido.
Apreciar os recursos expressivos selecionados pelo autor.
Identificar os valores e as crenças veiculados no texto e refletir a respeito deles.
Identificar a posição do autor e refletir a respeito dela.
Promover o debate democrático em torno de questões polêmicas.
Estabelecer relações com outros textos, filmes etc.

CAPACIDADE DE APRECIAÇÃO E RÉPLICA
Recuperação do contexto de produção
Focalizar /PESQUISAR
- Autor
- Lugar social em que o texto circula
- Veículos de divulgação
- Momento histórico
- Intenções comunicativas
- Leitores presumidos
- Interlocutores contemporâneos

Referência
PCN, PCNEM
SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Programa Tecendo Leitura (SEE)
Geraldi, João Wanderley . A leitura na sala de aula: as muitas faces de um leitor”, de Série Idéias, n. 5. São Paulo: FDE, 1988. p. 79-84.
Rojo ,Roxane. 2004. Projeto EMR (SEE)

Magda SOARES (1988) também focaliza a leitura a partir do que ironicamente chama de "olhar de fora" para a leitura, considerando a questão das condições sociais de acesso à leitura e a questão das condições sociais de produção da leitura (1988:19).

Leitura passa a ser um ato de produção, que leva em conta "todos os nossos conhecimentos anteriores da língua e nossa experiência de vida". Onde "cada leitura é nova escrita de um texto. O ato da criação não estaria, assim, na escrita mas na leitura, o verdadeiro produtor não seria o autor mas o leitor' (Bella JOSEF, citada por SOARES, 1988:26).

"a cultura e a língua mudam porque elas sobrevivem num mundo que muda: o sentido de um verso, de uma máxima, ou de uma obra muda pelo simples fato de que mudou o universo das máximas, dos versos ou das obras simultaneamente propostos àqueles que o aprendem, o que se pode chamar de copossíveis" (BOURDIEU, 1987:143).

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vocês já repararam?

"Vocês já repararam no olhar de uma criança quando interrroga? A vida, a irrequieta inteligência que ela tem? Pois bem, você lhe dá uma resposta instantânea, definitiva, única - e verá pelos olhos dela que baixou vários risquinhos na sua consideração."
Mario Quintana

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010