quinta-feira, 4 de março de 2010

Educa quem for capaz de fundir ontens, hojes e amanhãs...

Eu educo hoje com os valores que recebi ontem
As pessoas que serão o amanhã.
Os valores de ontem, os conheço.
Os de hoje, percebo alguns.
Os de amanhã, não sei.
Se só uso os de ontem, não educo, condiciono.
Se só uso os de hoje, não educo, complico.
Se só uso os de amanhã, não educo,
faço experiências às custas das pessoas.
Se uso os três, sofro, mas educo.

Por isso, educar é perder sempre, sem perder-se.
Educa, quem for capaz de fundir ontens, hojes e
Amanhãs, transformando-os num presente, onde o
Amor e o livre arbítrio sejam as bases.
Educa quem educará, porque é capaz de dotar os
seres dos vários elementos de interpretação, dos
vários “PRESNTES’, que lhes surgirão repletos de
‘PASSADOS’ em seus “Futuros”.


Arthur da Távola

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TUDO sobre produção de texto

0 ENSINO DE lÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL

1759 A Reforma Pombalina torna obrigatório no Brasil o ensino de Língua Portuguesa nas escolas. A intenção é transmitir o conhecimento da norma culta da língua materna aos filhos das classes mais abastadas.

1800 A linguagem é vista como uma expressão do pensamento e a capacidade de escrever é consequência do pensar. Na escola, os textos literários são valorizados, e os regionalismos, ignorados.

1850 A maneira unânime de ensinar a ler é o método sintético. As letras, as sílabas e o valor sonoro das letras servem de ponto de partida para o entendimento das palavras.

1860 Desde os primeiros registros sobre o ensino da língua, a escrita é vista independentemente da leitura e como uma habilidade motora, que demanda treino e cópia do formato da letra por parte do aprendiz.

1876 O poeta João de Deus (1830-1896) lança a Cartilha Maternal. Defende a palavração, modelo que mostra que o aprendizado deve se basear na análise de palavras inteiras. É um dos marcos de criação do método analítico.

1911 O método analítico se torna obrigatório no ensino da alfabetização no estado de São Paulo. A regra é válida até 1920, quando a Reforma Sampaio Dória passa a garantir autonomia didática aos professores.

1920 Inicia-se uma disputa acirrada entre os defensores dos métodos analíticos e sintéticos. Alguns professores passam a mesclar as ideias básicas defendidas até então, dando origem aos métodos mistos.

1930 O termo alfabetização é usado para determinar o processo inicial de aprendizagem de leitura e escrita. Esta passa a ser considerada um instrumento de linguagem e é ensinada junto com a leitura.

1940 As primeiras edições das cartilhas Caminho Suave e Sodré são lançadas nessa década, respeitando a técnica dos métodos mistos, e marcam a aprendizagem de gerações.

1970 A linguagem passa a ser vista como um instrumento de comunicação. O aluno deve respeitar modelos para construir textos e transmitir mensagens. Os gêneros não literários são incorporados às aulas.

1984 Lançamento do livro Psicogênese da Língua Escrita, de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky. A concepção de linguagem é modificada nessa década e influencia o ensino até hoje: o foco deveria estar na interação entre as pessoas.

1997 São publicados os PCNs pelo governo federal para todo o Ensino Fundamental, defendendo as práticas sociais (interação) de linguagem no ensino da Língua Portuguesa.

Fontes: Os sentidos da alfabetização, Maria do Rosário Longo Mortatti e PCNS