terça-feira, 6 de dezembro de 2011

GIL VICENTE

Propostas de escrita a partir do TEXTO « O Auto da barca do Inferno - GIL VICENTE » - ENSINO MÈDIO
Após a leitura, partilhada, compreendida, interpretada (em esquetes).
Dividir a sala em 4 grupos e propor a cada grupo uma proposta de produção.
Lembrando a Sequência Didática:
1. propor a atividade
2. esclarecer sobre a publicação do produto final dos trabalhos.
3. após a 1ª produção do aluno trazer exemplares do gênero para que o aluno observe as características e faça as intervenções necessárias no próprio texto
OBS.: O trabalho em grupo é assertivo quando proporciona ao alunos que sejam seus próprios leitores, críticos e autores.

Cartas de reclamação
•O Fidalgo acaba por embarcar na barca do Inferno. Porém,nada habituado a ser tratado da forma como o Anjo o fez, decidiu reclamar.
A carta reclamação que será dirigida ao “superior hierárquico” do Anjo.

• Redigir a carta de reclamação de um dos clientes do sapateiro que se sentiu enganado pelo mau serviço prestado e “ pelos dinheiros mal levados.”

Entrevistas
• Entrevista histórica
Redator:papel de jornalista e entrevista: Gil Vicente; Uma das personagens do Auto.

Notícias
-A notícia que teria saído no jornal sobre a morte do onzeneiro.
-Um frade condenado ao Inferno é digno de espanto.

- Redigir uma notícia sensacionalista, onde relate os acontecimentos que tiveram lugar durante o julgamento.
- O corregedor e o procurador simbolizam a justiça corrupta e parcial. Elaborar uma notícia que denuncie esta situação por parte das duas personagens.

Texto Publicitário
-Elaborar o cartaz, o slogan e o respectivo texto argumentativo utilizado pelo Diabo para promover a sua barca.

Carta ou email (Carta do Frade à sua amada Florença)

Blog - Diário
- Elaborar uma das páginas do diário (Frade ou de Florença).

Diálogo
- Continuação do diálogo entre o Corregedor e a Alcoviteira

Artigo de opinião
Publicar no jornal NOTÍCIAS POPULARES
Redigir um artigo de opinião sobre a alcoviteira que era acusada de roubo, lenocínio, bruxaria e burla.

HQ - Releitura - adaptação ao seu contexto

SITE= Promover a Barca

FACEBOOK - Publicar resenha sobre a peça.

CONTEXTO DE PRODUÇÃO

A proposta abaixo é para ressaltar no contexto de produção, o público para quem escrevo.
Creio que poderá ser usada, em sala de aula, para o aluno perceber o contexto de produção. O autor, na sua posição social em relação ao seu público alvo, seu interlocutor.
Não sei da autoria, recebi-o por email, entretanto achei a proposta interessante para usar em sala de aula. Estou publicando na íntegra, entretanto para a sala de aula, de acordo a faixa etária do seu alunado, alguns suportes podem ser evitados.
Vamos lá.......
Como seria a história de Chapeuzinho Vermelho se fosse real...
Se a história da Chapeuzinho Vermelho fosse real, como ela seria veiculada pela imprensa brasileira?
*Jornal Nacional*
(William Bonner): ‘Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem…’
(Fátima Bernardes): ‘…mas a atuação de um caçador evitou a tragédia.’
*Programa da Hebe*
"…Que gracinha, gente! Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?"
*Datena*
"…Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades? A menina ia pra casa da vovozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva… Um lobo, um lobo safado. Põe na tela, primo! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não!"
*Superpop*
"Geeente! Eu tô aqui com a ex-mulher do lenhador e ela diz que ele é alcoólatra, agressivo e que não paga pensão aos filhos há mais de um ano. Abafa o caso!"
*Globo Repórter*
"Tara? Fetiche? Violência? O que leva alguém a comer, na mesma noite, uma idosa e uma adolescente?
O Globo Repórter conversou com psicólogos, antropólogos e com amigos e parentes do Lobo, em busca da resposta.
E uma revelação: casos semelhantes acontecem dentro dos próprios lares das vítimas, que silenciam por medo. Hoje, no Globo Repórter.."
*Discovery Channel*
"Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver."
*Revista Veja*
"Lula sabia das intenções do Lobo."
*Revista Cláudia*
"Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho."
*Revista Nova*
"Dez maneiras de levar um lobo à loucura, na cama!"
*Revista Isto É*
Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.
*Revista Playboy*
(Ensaio fotográfico com Chapeuzinho no mês seguinte): "Veja o que só o lobo viu."
*Revista Vip*
"As 100 mais sexies - Desvendamos a adolescente mais gostosa do Brasil!"
*Revista G Magazine*
(Ensaio com o lenhador) "O lenhador mostra o machado."
*Revista Caras*
Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: "Até ser devorada, eu não dava valor pra muitas coisas na vida. Hoje, sou outra pessoa."
*Revista Superinteressante*
"Lobo Mau: mito ou verdade?"
*Revista Tititi*
"Lenhador e Chapeuzinho flagrados em clima romântico em jantar no Rio."
*Folha de São Paulo*
"Lobo que devorou menina era do MST"
*O Estado de São Paulo*
"Lobo que devorou menina seria filiado ao PT."
*O Globo*
"Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT, que matou um lobo para salvar menor de idade carente."
*O Povo*
"Sangue e tragédia na casa da vovó."
*O Dia*
"Lenhador desempregado tem dia de herói."
*Extra*
"Promoção do mês: junte 20 selos, mais 19,90 e troque por uma capa vermelha igual a da Chapeuzinho!"
*Meia hora*
"Lenhador passou o rodo e mandou lobo pedófilo pro saco!"
*Capricho*
Teste: "Seu par ideal é lobo ou lenhador?"

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E aí?! que tal propor para os alunos a mesma proposta com outras histórias???
- Ao propor o trabalho é necessário levar para a sala de aula exemplares dos suportes para serem manuseados e lidos pelos alunos e propor uma reflexão sobre o público alvo de cada suporte.
- Divida a sala em grupos de trabalho.
- Coloque-os na posição social de redatores dos suportes que eles selecionarem.
- Divulgue o trabalho de seus alunos nos murais da escola.
- A publicação em Blog é interessante, contudo não deixe de recolher uma autorização dos pais para a divulgação dos trabalhos dos alunos, assim como possíveis fotos (coletivas).
E, escrevam para mim socializando suas experiências.

bjks achocolatadas
Katty

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O tempo é curto

Não deixe que os ecos das opiniões dos outros sufoquem a sua voz interior. E o mais importante, tenha a coragem de seguir o seu coração e a sua intuição, pois eles já sabem aquilo em que você verdadeiramente deseja se transformar. Tudo mais é secundário. -
Steve Jobs

Por que ler literatura?

Texto de Ferreira Gullar revela o valor das artes (incluindo a literatura) na vida das pessoas.
UM NOVO REALISMO
Ferreira Gullar (Folha de São Paulo, 27/nov/2011, p. E8)

Quem, como eu, admite que a vida é inventada e que a arte é um dos instrumentos dessa invenção terá do fenômeno artístico, obrigatoriamente, uma visão especial.
Não é só através da arte que o homem se inventa e inventa o mundo em que vive: a ciência, a filosofia, a religião também participam dessa invenção, sendo que cada uma delas o faz de maneira diferente, razão por que, creio, foram inventadas.
Se a filosofia inventasse a vida do mesmo modo que a ciência ou a religião o faz, não haveria por que a filosofia existir.
A conclusão inevitável é que todas elas são necessárias, ainda que cada uma a seu modo e sem a mesma importância para as diferentes pessoas. E o curioso - para não dizer maravilhoso - é que, de alguma maneira ou de outra, a maioria das pessoas, senão todas, usufrui, ainda que desigualmente, de cada uma delas.
A arte é exemplo disso. Não importa se esta ou aquela pessoa nunca viu a Capela Sistina, porque, no dia em que vir, se renderá à sua beleza. Isso vale igualmente para a ciência, a religião ou a filosofia, que atuam sobre nossa vida, quer o percebamos ou não.
É que somos seres culturais, e não apenas porque nos apoiamos em valores éticos, estéticos, religiosos, filosóficos, científicos - mas porque eles são constitutivos dessa galáxia inventada que é o mundo humano.
Como numa galáxia cósmica, a diversidade da matéria e as relações de espaço e tempo, de presente, passado e futuro, fazem com que, de algum modo, tudo ali seja atual, já que qualquer um de nós pode encontrar numa frase de Sócrates, num verso de Fernando Pessoa, numa imagem pintada por Rembrandt, a verdade ou a inspiração que nos reconciliará com a vida.
Isso não significa que devamos pensar como Sócrates ou pintar como Rembrandt e, sim, que a invenção do novo não implica a negação do que já foi feito, mas a sua superação dialética.
Todo artista sabe que a arte não nasceu com ele e que um dois sentidos essenciais de sua obra é incoporar-se a essa galáxia cultural que constitui a nossa própria existência.
Não entenda isso como uma proposta de conformismo, que seria contrária à minha própria tese de que o mundo se inventa e inventa o seu mundo, já que seria impossível inventá-lo se apenas repetissem o que já existe.
Por isso mesmo, é prefeitamente natural que alguns artistas de hoje busquem expressar-se sem se valer das linguagens artísticas e, sim, antes, repelindo-as, para inventar um modo jamais utilizado por artistas do passado. Como já obervei, entre esses há os que simplesmente negam a arte e outros que pretendem criar arte valendo-se de elementos antiartísticos ou não artísticos.
Em princípio, suas experiências não têm que ser negadasm uma vez que essa atitude radical pode suscitar surpreendentes. E isto à vezes ocorre, embora não seja frequente.
Não resta dúvida de que quem opta por uma atitude tão radical merece atenção e crédito, port seu inconformismo e por sua coragem, mas isso, por si só, não basta.
É preciso que dessa opção radical e corajosa resulte alguma coisa que nos comova e se some a esse mundo imaginário de que já falamos. Honestamente, deve-se admitir que a audácia por si só não é valor artístico.
Nada me alegra mais do que me deparar com uma criação artística inovadora, mas, para isso, não basta fugir das normas, das soluções conhecidas e situar-se no polo oposto: é imprescindível que a obra inusitada efetivamente transcenda a banalidade e a sacação apenas cerebral ou extravagante.
O que todos nós queremos é a maravilha, venha de onde vier, surja de onde surgir.
E aqui cabe aquela afirmação minha - que tem sido repetida por mim e até por outras pessoas - de que a arte existe porque a vida não basta.
Nela está implícito que não é fundamental da arte retratar a realidade, mas reinventá-la. É, portanto, o oposto do falecido realismo socialista que só faltou, em vez de pintar o operário, colocá-lo em carne e osso no lugar da obra.
E nisso não estaria muito distante de certos artistas de agora, ditos conceituais, como a que pôs casais nus em pelo nas salas do MoMA, de Nova York. Como essa arte visa gente de muita grana, bem que poderia chamar-se "realismo high society".