sábado, 3 de novembro de 2007

JORNALISMO: seus inúmeros gêneros textuais específicos (2)

A notícia: informação sobre um fato novo. Olhando por esse ângulo, podemos dizer que as notícias são mais antigas que os jornais, e que a primeira forma de transmissão delas, historicamente, foi o boca a boca. Dessa maneira ampla, podemos afirmar que notícias sempre existiram.
O gênero notícia jornalística, porém, passou a existir com o nascimento dos jornais, no início do século XVII, na Europa. Antes dos jornais, as notícias de caráter político, jurídico, social e econômico ficavam nas mãos dos governantes e da igreja, e eram transmitidas oralmente, somente em momentos que interessavam a essas esferas de poder. Fora desses momentos, poucos tinham acesso a elas. O desenvolvimento do comércio, porém, ampliado pelas grandes navegações a partir do século XVI, favoreceu o desenvolvimento de conhecimentos científicos/tecnológicos.
A invenção da imprensa é resultado desse momento. Com ela, a divulgação dos conhecimentos ficou facilitada. Além disso, é na época do desenvolvimento comercial que um número maior de pessoas torna-se alfabetizada e pode ter acesso ao conhecimento pela leitura, inclusive de jornais. Os jornais, pois, são “filhos” dessa época, e as notícias, sua seção mais importante e razão de ser.

Notícias jornalísticas hoje
Ao examinar a situação de comunicação a primeira coisa que se observa é o porquê de sua importância nos jornais. Atualmente, informações e conhecimentos são produzidos em grande quantidade e velocidade e as novidades a ser divulgadas são muitas. A notícia jornalística é o canal perfeito para levar fatos novos e relevantes, de todas as áreas, aos leitores. Por seu caráter de novidade e relevância, são elas que vendem os jornais.

Elementos imprescindíveis na produção escrita das notícias
A organização do texto da notícia
É determinada pela novidade e relevância.

MANCHETE: Para chamar a atenção dos leitores, ele se inicia com uma bem objetiva, com os verbos no presente.
LEAD, ou primeiro parágrafo: contém as informações básicas sobre o fato noticiado. Nele, os verbos no pretérito perfeito – de modo a indicar um fato que se concluiu, se o noticiado já ocorreu – ou verbos no futuro – se a notícia anuncia um fato que irá acontecer. O lead nunca se inicia pelo verbo; ele começa pela indicação do fato e pela descrição das circunstâncias mais importantes em que o fato ocorreu, isto é, o que ocorreu, como, quando e onde.
O FATO noticiado é, então, essencial na produção das notícias jornalísticas. Nelas, comunicam-se apenas fatos importantes, que podem interessar a muitas pessoas. Fatos corriqueiros, mesmo que sejam novidades, não servem para a constituição das notícias de jornal, pois não chamam a atenção de grandes grupos de leitores.
O LEITOR : “para quem se escreve”, sempre presente nas situações de produção de linguagem. É preciso considerá-lo para saber “como” escrever. Uma vez que os jornais são dirigidos a diferentes públicos, a seleção dos fatos noticiados e o modo de escrever as notícias dependem do perfil do público a quem o jornal (seu espaço de circulação) é dirigido, interferindo no estilo da redação do texto.
A impressão de verdade e isenção que a notícia precisa causar é também uma forte marca do gênero. Para garantir a sensação de isenção de opinião, as notícias são escritas em terceira pessoa. Só aparece primeira pessoa quando, na notícia, são inseridas falas de participantes ou observadores do fato noticiado. Assim, se houver opinião, ela é das testemunhas oculares e não do jornal, que guarda o aspecto de neutralidade pretendido. A isenção de opinião nas notícias é sempre algo que o jornal pretende, mas não alcança. Sabemos que, na realidade, as notícias sempre trazem o ponto de vista do jornal que as publicou. Basta comparar as notícias sobre um mesmo fato, publicadas em jornais de tendências diferentes. Elas sempre vão trazer, em sua linguagem, formas de dizer próprias de cada jornal. Embora não sejam isentas de opinião, as notícias e todo o conteúdo dos jornais representam uma forma importante de democratização do conhecimento. Lê-las com consciência da situação em que foram produzidas (o momento político, a tendência ideológica do jornal, o tipo de leitores aos quais ele se destina) favorece a formação do leitor crítico, aquele que tanto desejamos formar.

Referência: adaptado do texto de Heloísa Amaral http://escrevedo.cenpec.org.br/ 24/10/2007

2 comentários:

Grata pela sua participação.
[]s.
Katty Rasga