SEQUÊNCIA DIDÁTICA - CONTRA FÁBULA
Adaptação da proposta disponível em: Portal do Professor de Lazuita Goretti de Oliveira
PROBLEMATIZAÇÃO
Mostre o desenho acima e diga que da gravura faz alusão a uma fábula bastante conhecida “ A cigarra e a formiga”.
Pergunte:
a. Vocês conhecem essa história?
b. Quem gostaria de contá-la, resumidamente, para os colegas?
c. Vocês conhecem outras fábulas? Quais?
d. Vocês sabem por que essas histórias são chamadas de fábulas?
PROPOSTA DE PESQUISA: Quem foram Esopo e La Fontaine: algumas informações.
MELHORANDO O REPERTÓRIO DO ALUNO
ASSISTIR AOS VÍDEOS:
A lebre e a tartaruga:
http://www.youtube.com/watch?v=OLoh42zGjQQ&feature=related
O leão e o ratinho:
http://www.youtube.com/watch?v=NA8Ei-U0yrA&feature=related
A raposa e as uvas:
http://www.youtube.com/watch?v=4qpzwEDZFLc&feature=related
RODA DE LEITURA: Leiam várias fábulas.
LER OS TEXTOS ABAIXO
A cigarra e a formiga
Disponível aqui
Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema,
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
– Amiga – diz a cigarra
– Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos, antes de Agosto,
Os juros e o principal.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso, junta.
– No verão, em que lidavas?
– À pedinte, ela pergunta.
Responde a outra: – Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
– Oh! Bravo! – torna a formiga
– Cantavas? Pois dança agora!
O Livro das Virtudes
Uma antologia de William J. Bennett, 1995
INSTRUMENTALIZAÇÃO 1
FAZER INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO COLETIVA
1. Quais as características humanas que a cigarra e a formiga apresentam?
2. O que as atitudes da formiga revelam sobre sua personalidade?
3. Observe a primeira estrofe:
a. Descreva a situação em que se encontrava a cigarra.
b. Identifique, nessa estrofe, um adjetivo que acentua a situação em que a cigarra se encontrava.
c. Qual é o motivo que levou a cigarra a tal situação?
4. Releia a terceira estrofe:
O que o verso “Pois tinha riqueza e brio” revela sobre o caráter da formiga?
5. Cantar, para a formiga, podia ser considerado um trabalho? Como ela via a cigarra?
6. Assinale a(s) frase (s) que melhor resume(m) a moral da história:
( ) Contra a força não há argumento.
( ) As aparências enganam.
( ) Deus ajuda quem cedo madruga.
( ) O trabalho dignifica o homem.
LEITURA COMPARTILHADA
CONTRAFÁBULA DA CIGARRA E DA FORMIGA
Disponível aqui
A formiga passava a vida naquela formigação, aumentando o rendimento da sua capita e dizendo que estava contribuindo para o crescimento do Produto Nacional Bruto. Na trabalheira do investimento, sempre consultando as cotações da Bolsa, vendendo na alta e comprando na baixa, sempre atenta aos rateios e às subscrições. Fechava contratos em Londres já com um pé no Boeing para Frankfurt ou Genebra, para verificar os dividendos de suas contas numeradas.
Mas vivia também roendo–se por dentro ao ver a cigarra, com quem estudara no ginásio, metida em shows e boates, sempre acompanhada de clientes libidinosos do Mercado
Comum.
E vivia a formiga a dizer por dentro:
– Ah, ah! No inverno, você há de aparecer por aqui a mendigar o que não poupou no verão! E vai cair dura com a resposta que tenho preparada para você!
Ruminando sua terrível vingança, voltava a formiga a tesourar e entesourar investimentos e lucros, incutindo nos filhos hábitos de poupança, consultando advogados e tomando vasodilatadores.
Um dia, quando voltava de um almoço no La Tambouille com os japoneses da informática, encontrou a cigarra no shopping Iguatemi, cantarolando como de costume.
Lá vem ela dar a sua facada, pensou a formiga. “Ah, ah, chegou a minha vez!”
Mas a cigarra aproximou-se só querendo saber como estava ela e como estavam todos
no formigueiro.
A formiga, remordida, preparando o terreno para sua vingança, comentou:
– A senhora andou cantando na tevê todo este verão, não foi, dona Cigarra?
– É claro! – disse a cigarra. – Tenho um programa semanal.
– Agora no inverno é que vai ser mau – continuou a formiga com toda maldade na
voz. – A senhora não depositou nada no banco, não é?
– Não faz mal. Os meus discos não saem das paradas. E acabei de fechar um contrato
com o Olympia de Paris por duzentos mil dólares...
– O quê?! – exclamou a formiga. – A senhora vai ganhar duzentos mil dólares no inverno?
– Não. Isso é só em Paris. Depois, tem a excursão a Nova York, depois Londres, depois Amsterdam...
Aí a formiga pensou no seu trabalho, nas suas azias, na sua vida terrivelmente cansativa e nas suas ameaças de enfarte, enquanto aquela inútil da cigarra ganhava tanto cantando e se divertindo! E perguntou:
– Quando a senhora embarca para Paris?
– Na semana que vem...
– E pode me fazer um favor? Quando chegar a Paris, procure lá um tal La Fontaine. E diga-lhe que eu quero que ele vá para o raio que o parta!
Adaptação feita por Pedro Bandeira do texto do escritor português Antônio A. Batista.
INSTRUMENTALIZAÇÃO 2
Identifiquem as características comuns a todos os textos lidos
O texto “Contrafábula da cigarra e da formiga” foi escrito pelo autor português Antônio Baptista, na década de 90, e adaptado por Pedro Bandeira. Faz intertextualidade com a fábula “A cigarra e a formiga”.
Houve uma atualização, isto é, uma releitura da fábula de La Fontaine, em relação a vários aspectos, tais como: linguagem, tema, valores financeiros e moral da história.
1. Identifique no texto e transcreva para seu caderno, uma fala da formiga, que comprove essa atualização.
2. A cigarra e a formiga vivem em meios sociais diferentes. Quais são esses meios? Descreva-os.
3.
a. A ideia discutida no texto de La Fontaine é o trabalho. Qual é a ideia discutida na "Contrafábula da cigarra e da formiga"?
b. Explique o sentido das palavras “ formigação, tesourar e entesourar”, de acordo com o contexto social em que a formiga vivia.
4. Os sentimentos da formiga em relação à cigarra são os mesmos nos dois textos? Justifique.
5. Observe a seguinte passagem do texto:
- E pode me fazer um favor? Quando chegar a Paris, procure lá um tal de La Fontaine. E diga-lhe que eu quero que ele vá para o raio que o parta!
Esta passagem mostra que a intertextualidade entre os textos se faz por um aspecto novo. Qual é esse aspecto?
6. De acordo com contrafábula da cigarra e da formiga a avidez por dinheiro é um aspecto negativo ou positivo? Explique.
7. Qual é a moral da história no texto de Antônio A. Baptista?
8. Explique o título “ Contrafábula da cigarra e da formiga”.
9. Qual o conhecimento prévio necessário para que o leitor perceba o humor na contrafábula da cigarra e da formiga?
Assistir aos vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=IezC65lMZKY&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=XUTHH35S0j0&feature=related
Após assistirem aos vídeos, o professor deverá disponibilizar espaço para que os alunos comentem a atualização da fábula nas releituras produzidas nos vídeos, observando:
a. quais os aspectos atualizados;
b. moral da história em cada releitura;
c. qual(is) das releituras da fábula estão mais adequadas aos tempos modernos? Por quê?
EQUILIBRAÇÃO
Atividade de Produção de texto
I - O professor deverá reproduzir para os alunos a cópias das fábulas
A. "O lobo e cordeiro" de La Fontaine, recontada por Monteiro.
O lobo e o cordeiro de Monteiro Lobato
Estava o cordeiro a beber água num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado, de horrendo aspecto.
─ Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber?
─ Disse o monstro, arreganhando os dentes. ─ Espere que vou castigar tamanha má-criação!...
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
─ Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta, mas não deu o rabo a torcer.
─ Além disso ─ inventou ele ─ sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
─ Como poderia falar mal do senhor no ano passado, se nasci este ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
─ Se não foi você foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
─ Como poderia ser seu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não venceria o pobrezinho, veio com razão de lobo faminto:
─ Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô! E ─ nhoque ─ sangrou-o no pescoço.
Moral: Contra a força não há argumentos.
B. "O Corvo e o Jarro" de Esopo
Um corvo que estava sucumbindo com muita sede encontrou um jarro, e, na esperança de achar água, voou até ele com muita alegria. Quando o alcançou, descobriu para sua tristeza que o jarro continha tão pouca água em seu interior que era impossível tirá-la de dentro. Ele tentou de tudo para alcançar a água que estava dentro do jarro, mas todo seu esforço foi em vão. Por último ele pegou tantas pedras quanto podia carregar, e colocou-as uma-a-uma dentro do jarro, até que o nível da água ficasse ao seu alcance e assim salvou sua vida.
Moral: A necessidade é a mãe das invenções.
Agora é a sua vez, reescreva a fábula, atualizando-a em alguns aspectos de modo a apresentar uma moral diferente daquela da fábula original.
Contrafábula do corvo e do jarro.
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[]s.
Katty Rasga