Portugal ocupa especial posição geográfica no mapa da Europa. Reduzido território de menos de 90 000 km2, limita-se com a Galiza ao norte, com a Espanha a leste, e com o Oceano Atlântico ao sul e a oeste. Tal condicionamento geográfico, enriquecido por exclusivas e marcantes influências étnicas e culturais. (árabes, germânicas, francesas, inglesas, etc.), havia de gerar, como gerou, uma literatura com características próprias e permanentes.
IV Feira Medieval de Lamego
As Classes LiteráriasOs estudiosos tem-nos rotulado, de modo diverso, conforme a perspectiva e a base ideológica em que se apoiam: Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Simbolismo, Decadentismo, Surrealismo, Impressionismo, etc.. Denominações servem, antes de mais nada, para situar os escritores em épocas históricas, tendências e movimentos literários ou estéticos.
Primeiro Período - séc XI - XV (1198-1418) - idade média central
Cantigas de Santa Maria - instrumentos da época
Trovadorismo Português
A época inicia-se em 1198 (ou 1189), com a cantiga dedicada por Paio Soares de Taveirós a Maria Pais Ribeiro, e termina em 1418, quando Fernão Lopes é nomeado Guarda-Mor da Torre do Tombo, ou seja, conservador do arquivo do Reino, por D. Duarte.
A cantiga de Paio Soares de Taveirós, oscilando entre ser de amor e de escárnio, revela tal complexidade na estrutura e na composição das imagens, que só se justificaria num estágio avançado da arte de poetar. Isso equivale a dizer que decerto houve, antes dessa cantiga, considerável atividade lírica, infelizmente desaparecida: via de regra, os trovadores memorizavam as composições que interpretavam, fossem suas ou alheias, e só em alguns casos as transcreviam em cadernos de notas, que podiam extraviar-se, perder-se ou ser postos fora. Por isso, toda uma anterior produção poética - cujo volume e cujos limites jamais poderão ser fixados - desapareceu por completo. Em vista de tal circunstância, compreende-se que se tome a cantiga de Paio Soares de Taveirós como marco inicial da Literatura Portuguesa apenas pelo facto de ser o primeiro documento literário que se possui em Língua Portuguesa, o que de forma alguma significa negar a existência duma intensa atividade poética antes de 1198.
As primeiras décadas desta época transcorrem durante a guerra de reconquista do solo português ainda em parte sob domínio mourisco, cujo derradeiro ato se desenrola em 1249.
Como resultado de um clima pós-guerra, a poesia medieval Portuguesa alcança, na segunda metade do século XIII, seu ponto mais alto.
Provença , região meridional da França, tornara-se no século XII um grande centro de atividade lírica, mercê das condições de luxo e fausto oferecidas aos artistas pelos senhores feudais. As Cruzadas, compelindo os fiéis a pro-curar Lisboa como porto mais próximo para embarcar com destino a Jerusalém, propiciaram a movimentação duma fauna humana mais ou menos parasitária, em meio à qual iam os jograis. Estes, penetrando pelo chamado "caminho francês" aberto nos Pirenéus, introduziram em Portugal a nova moda poética. Fácil foi sua acomodação à realidade Portuguesa, graças a ter encontrado um ambiente favoravelmente predisposto, formado por uma espécie de poesia popular de velha tradição. A íntima fusão de ambas as correntes (a Provença) e a popular) explicaria o carácter próprio assumido pelo trovadorismo em terras Portuguesas.
Dança medieval
Para entrar no clima da Idade Média a Dança Medieval "Conwy Castle Medieval Dance"
Espaço social galego-português nos século XII e XIII
O idioma empregado era o galego-português, em virtude da então unidade linguística entre Portugal e a Galiza.
As pessoas das diferentes classes sociais produziam e consumiam diferentes tipos de literatura:
a) Clero: produz e consume obras didáticas (geografia, história...).
b) Nobreza: romances de cavalarias, cantigas de amor cortês.
c) Labregos: cantigas de escárnio e maldizer.
CANTIGAS
Desde meados do século XII até meados do século XIV os produtores são trovadores, cantadeiras, soldadeiras, jograis.
Duas espécies principais apresentava a poesia trovadoresca: a lírico-amorosa e a satírica.
A primeira divide-se em cantiga de amor e cantiga de amigo;
a segunda, em cantiga de escárnio e cantiga de maldizer.
Lírico-amorosa
1) Cantigas d’amor: o sujeito lírico é um homem e aparece a palavra senhor.
Satírica
3) Cantiga d’escarneo e cantiga de mal dizer: a primeira caracteriza-se por usar palavras cobertas (com dobre sentido) e a segunda por ser mais direta. O que as distingue é um elemento estilístico, não temático, pelo que pode aparecer o nome da pessoa a que se refere numa cantiga d’escarneo.
Exemplo de Cantiga de Escárnio:
Rui queimado morreu con amor
O idioma empregado era o galego-português, em virtude da então unidade linguística entre Portugal e a Galiza.
As pessoas das diferentes classes sociais produziam e consumiam diferentes tipos de literatura:
a) Clero: produz e consume obras didáticas (geografia, história...).
b) Nobreza: romances de cavalarias, cantigas de amor cortês.
c) Labregos: cantigas de escárnio e maldizer.
CANTIGAS
Desde meados do século XII até meados do século XIV os produtores são trovadores, cantadeiras, soldadeiras, jograis.
Duas espécies principais apresentava a poesia trovadoresca: a lírico-amorosa e a satírica.
A primeira divide-se em cantiga de amor e cantiga de amigo;
a segunda, em cantiga de escárnio e cantiga de maldizer.
Lírico-amorosa
1) Cantigas d’amor: o sujeito lírico é um homem e aparece a palavra senhor.
Exemplo de Cantiga de Amor:
“Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
2) Cantigas d’amigo: o sujeito lírico é uma mulher e aparece a palavra amigo.lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
Exemplo de Cantiga de Amigo . Composto pelo rei D. Dinis. D. Dinis, comumente conhecido como “o rei trovador”, sabia tocar o alaúde e compôs cerca de 150 cantigas. Seus poemas encontram-se no Cancioneiro da Vaticana e no da Biblioteca Nacional. D. Dinis é autor de uma das mais conhecidas cantigas medievais portuguesas:
Ai flores, ai flores do verde pinho
se sabedes novas do meu amigo,
ai deus, e u é?
se sabedes novas do meu amigo,
ai deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado,
ai deus, e u é?
se sabedes novas do meu amado,
ai deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquele que mentiu do que pôs comigo,
ai deus, e u é?
aquele que mentiu do que pôs comigo,
ai deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquele que mentiu do que me há jurado
ai deus, e u é?
aquele que mentiu do que me há jurado
ai deus, e u é?
Vós me perguntades pólo voss’ amigo
e eu bem vos digo que é sano e vivo
ai deus, e u é ?
e eu bem vos digo que é sano e vivo
ai deus, e u é ?
Vós me perguntades pólo voss’ amado
e eu bem vos digo que é vivo e sano
ai deus, e u é ?
e eu bem vos digo que é vivo e sano
ai deus, e u é ?
E eu bem vos digo que é sano e vivo
e seraa vos c’ ante o prazo saído
ai deus, e u é ?
e seraa vos c’ ante o prazo saído
ai deus, e u é ?
E eu bem vos digo que é vivo e sano
e seraa vos c’ ante o prazo passado
ai deus, e u é ?
e seraa vos c’ ante o prazo passado
ai deus, e u é ?
a) Existem nela inúmeras repetições, expedientes típicos das cantigas de amigo.
b) Observe o dialogo entre a mulher e a natureza.
c) Observe, ainda, a presença de paralelismo.
b) Observe o dialogo entre a mulher e a natureza.
c) Observe, ainda, a presença de paralelismo.
d) Há a presença do refrão (“ai deus, e u é ?”).
MEDIEVAL MUSIC. GALICIA. ONDAS DO MAR DE VIGO
Martim Codax
Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo?
e ai Deus, se verrá cedo?
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado?
e ai Deus, se verrá cedo?
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro?
e ai Deus, se verrá cedo?
Se vistes meu amado,
o por que hei gram coidado?
e ai Deus, se verrá cedo?
As cantigas de amor são mais bem trabalhadas do que as de amigo.
A de amigo: ambientação rural; a de Amor, ambientes finos.
A de amigo: ambientação rural; a de Amor, ambientes finos.
DIFERENÇA CANTIGAS AMIGO E CANTIGAS AMOR
Amigo:
Eu lírico feminino
Presença paralelismo
Lamento moça namorado partiu
Amor natural e espontâneo
Ambientação popular.
Amor:
Eu lírico masculino
Ausência paralelismo
Sofrimento eu lírico perante mulher idealizada e distante
Amor cortês
Ambientação aristocrática.
3) Cantiga d’escarneo e cantiga de mal dizer: a primeira caracteriza-se por usar palavras cobertas (com dobre sentido) e a segunda por ser mais direta. O que as distingue é um elemento estilístico, não temático, pelo que pode aparecer o nome da pessoa a que se refere numa cantiga d’escarneo.
Exemplo de Cantiga de Escárnio:
Rui queimado morreu con amor
Em seus cantares por Sancta Maria
ua(uma) dona que ele gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lhela (ela) non o quis benfazer (corresponder ao amor)
fez-se ele en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer (terceiro) dia!..
Os trovadores provinham quase sempre da nobreza, mas os cantores dos seus poemas, os jograis, eram do povo, judeus, mouros ou nobres de baixa condição.
Entre os poetas mais conhecidos destaca-se a figura real de D. Dinis, rei de Portugal.
O latim cai em desuso, cada vez mais remetido para a documentação oficial, onde já não era exclusivo. Esta cultura trovadoresca acabou por ser um dos suportes da evolução da língua portuguesa a partir do galaico-português, apoiando e reforçando a definição da identidade cultural e nacional da jovem nação.
CURIOSIDADES
Outros gêneros são:
1) Tenção: cantiga composta por dois trovadores em estrofes alternadas como o mesmo esquema estrófico e métrico-rimático. Satirizam-se ou discutem opiniões contrárias.
2) Cantiga de seguir: são cantigas que imitam outras doutros produtores.
3) Pastorela: encontro entre um cavaleiro e uma pastor num ambiente campestre. Pode ter interferências da cantiga d’amor ou da cantiga d’amigo.
4) Descordo: cantiga que não segue as regras métricas, estróficas e melódicas de estrofe para estrofe.
5) Lais de Bretanha: caracterizam-se pelo seu conteúdo. São traduções e adaptações de lais líricos franceses.
6) Alba: denominação que nalguns manuais se lhe dá a certas cantigas d’amigo nas que os dois amantes se têm de separar ao amanhecer.
7) Cantigas de Santa Maria: cantam a Maria. Há mais de 400 poemas deste tipo, dos quais o 90% são narrativos, mas também os há líricos.
As cantigas são textos concebidos para ser cantados.
Esta época se caracteriza pelo TEOCENTRISMO. Pertencia à Igreja o grande papel de formadora e moldadora da cultura e mentalidades no Portugal medieval, no qual assumia um protagonismo avassalador.
Exemplo de Cantiga de Maldizer:
Ai, dona fea (feia), foste-vos queixar
que vos nunca louvo em meu cantar;
mais ora (agora) quero fazer um cantar
em que vos louvarei toda via;
e vede como vos quero louvar:
dona fea, velha e sandia!(maluca) (…)
que vos nunca louvo em meu cantar;
mais ora (agora) quero fazer um cantar
em que vos louvarei toda via;
e vede como vos quero louvar:
dona fea, velha e sandia!(maluca) (…)
Os trovadores provinham quase sempre da nobreza, mas os cantores dos seus poemas, os jograis, eram do povo, judeus, mouros ou nobres de baixa condição.
Entre os poetas mais conhecidos destaca-se a figura real de D. Dinis, rei de Portugal.
O latim cai em desuso, cada vez mais remetido para a documentação oficial, onde já não era exclusivo. Esta cultura trovadoresca acabou por ser um dos suportes da evolução da língua portuguesa a partir do galaico-português, apoiando e reforçando a definição da identidade cultural e nacional da jovem nação.
CURIOSIDADES
Outros gêneros são:
1) Tenção: cantiga composta por dois trovadores em estrofes alternadas como o mesmo esquema estrófico e métrico-rimático. Satirizam-se ou discutem opiniões contrárias.
2) Cantiga de seguir: são cantigas que imitam outras doutros produtores.
3) Pastorela: encontro entre um cavaleiro e uma pastor num ambiente campestre. Pode ter interferências da cantiga d’amor ou da cantiga d’amigo.
4) Descordo: cantiga que não segue as regras métricas, estróficas e melódicas de estrofe para estrofe.
5) Lais de Bretanha: caracterizam-se pelo seu conteúdo. São traduções e adaptações de lais líricos franceses.
6) Alba: denominação que nalguns manuais se lhe dá a certas cantigas d’amigo nas que os dois amantes se têm de separar ao amanhecer.
7) Cantigas de Santa Maria: cantam a Maria. Há mais de 400 poemas deste tipo, dos quais o 90% são narrativos, mas também os há líricos.
As cantigas são textos concebidos para ser cantados.
contextualizando.....
Meu Bem querer - Djavan
Confessor Medieval - (1960)
Irias à bailia com teu amigo,
Se ele não te dera saia de sirgo?
(sirgo = seda)
Se te dera apenas um anel de vidro
Irias com ele por sombra e perigo?
Irias à bailia sem teu amigo,
Se ele não pudesse ir bailar contigo?
Irias com ele se te houvessem dito
Que o amigo que amavas é teu inimigo?
Sem a flor no peito, sem saia de sirgo,
Irias sem ele, e sem anel de vidro?
Irias à bailia, já sem teu amigo,
E sem nenhum suspiro?
(Cecília Meireles. Poesias completas de Cecília Meireles - v.8. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.)
Morena dos Olhos D'água de Chico Buarque
LUÍS INÁCIO (300 PICARETAS) - PARALAMAS DO SUCESSO
Eles ficaram ofendidos com a afirmação
Que reflete na verdade o sentimento da nação
É lobby, é conchavo, é propina e jeton
Variações do mesmo tema sem sair do tom
Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica sua própria lei
Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia
Se essa palhaçada fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente pra pegar na saída
Geni e o Zepelim
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque
PROSA
O Amadis de Gaula, do século XIV
Na Península Ibérica, surge no século XIV o Amadis de Gaula, atribuído a Vasco de Lobeira, mas cuja autoria é ainda incerta, dado que a primeira versão publicada, mais tardia, é em castelhano. Este romance oferece-nos o paradigma do perfeito cavaleiro, destruidor de monstros e malvados, amador constante e tímido de uma donzela, Oriana, a Sem Par, que se deixa possuir antes do casamento, e está na origem do chamado ciclo dos Amadises, um dos de maior sucesso na literatura peninsular.
TEXTO
Este novo desenvolvimento da matéria da Bretanha foi o ponto de partida para uma frondosa ramificação do romance de cavalaria no século XVI, ridicularizada por Miguel de Cervantes em Dom Quixote.
As NOVELAS DE CAVALARIA penetraram em Portugal no século XIII, durante o reinado de Afonso III. O ciclo arturiano deixou marcas vivas de sua passagem em Portugal.
Seu meio de circulação era a fidalguia e a realeza. Traduzidas do Francês, era natural que na tradução e cópia sofressem voluntárias e involuntárias alterações com o objectivo de aclimatá-las à realidade histórico-cultural portuguesa. Nessa época, não há notícia de qualquer novela de cavalaria autenticamente portuguesa: eram todas vertidas do Francês.
Banda Pífanos de Caruraru
Carinhoso - Pixinguinha (Marisa Monte)= eu-lírico masculino/mulher inatingível
Queixa - Caetano Veloso (Caetano, Gil, Ivete) eu-lírico masculino vassalo
A Deusa da Minha Rua - Newton Teixeira e Jorge Farai ( Zélia Dunkan) - eu-lírico vassalo
Meu Bem querer - Djavan
Confessor Medieval - (1960)
Irias à bailia com teu amigo,
Se ele não te dera saia de sirgo?
(sirgo = seda)
Se te dera apenas um anel de vidro
Irias com ele por sombra e perigo?
Irias à bailia sem teu amigo,
Se ele não pudesse ir bailar contigo?
Irias com ele se te houvessem dito
Que o amigo que amavas é teu inimigo?
Sem a flor no peito, sem saia de sirgo,
Irias sem ele, e sem anel de vidro?
Irias à bailia, já sem teu amigo,
E sem nenhum suspiro?
(Cecília Meireles. Poesias completas de Cecília Meireles - v.8. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.)
Morena dos Olhos D'água de Chico Buarque
Morena, dos olhos d'água,
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra lhe dar.
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra lhe dar.
Descansa um meu pobre peito
Que jamais enfrenta o mar,
Mas que tem abraço estreito, morena,
Com jeito de lhe agradar.
Vem ouvir lindas histórias
Que por seu amor sonhei.
Vem saber quantas vitórias, morena,
Por mares que só eu sei.
Que jamais enfrenta o mar,
Mas que tem abraço estreito, morena,
Com jeito de lhe agradar.
Vem ouvir lindas histórias
Que por seu amor sonhei.
Vem saber quantas vitórias, morena,
Por mares que só eu sei.
Morena, dos olhos d'água,
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra lhe dar.
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra lhe dar.
Seu homem foi-se embora,
Prometendo voltar já.
Mas as ondas não tem hora, morena,
De partir ou de voltar.
Passa a vela e vai-se embora
Passa o tempo e vai também.
Mas meu canto 'inda lhe implora, morena,
Agora, morena, vem.
Prometendo voltar já.
Mas as ondas não tem hora, morena,
De partir ou de voltar.
Passa a vela e vai-se embora
Passa o tempo e vai também.
Mas meu canto 'inda lhe implora, morena,
Agora, morena, vem.
Morena, dos olhos d'água,
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra lhe dar.
Tira os seus olhos do mar.
Vem ver que a vida ainda vale
O sorriso que eu tenho
Pra lhe dar.
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
Eles ficaram ofendidos com a afirmação
Que reflete na verdade o sentimento da nação
É lobby, é conchavo, é propina e jeton
Variações do mesmo tema sem sair do tom
Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei
Uma cidade que fabrica sua própria lei
Aonde se vive mais ou menos como na Disneylândia
Se essa palhaçada fosse na Cinelândia
Ia juntar muita gente pra pegar na saída
Pra fazer justiça uma vez na vida
Eu me vali deste discurso panfletário
Mas a minha burrice faz aniversário
Ao permitir que num país como o Brasil
Ainda se obrigue a votar por qualquer trocado
Por um par se sapatos, um saco de farinha
A nossa imensa massa de iletrados
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisão
Rádio FM e televisão
Eu me vali deste discurso panfletário
Mas a minha burrice faz aniversário
Ao permitir que num país como o Brasil
Ainda se obrigue a votar por qualquer trocado
Por um par se sapatos, um saco de farinha
A nossa imensa massa de iletrados
Parabéns, coronéis, vocês venceram outra vez
O congresso continua a serviço de vocês
Papai, quando eu crescer, eu quero ser anão
Pra roubar, renunciar, voltar na próxima eleição
Se eu fosse dizer nomes, a canção era pequena
João Alves, Genebaldo, Humberto Lucena
De exemplo em exemplo aprendemos a lição
Ladrão que ajuda ladrão ainda recebe concessão
De rádio FM e de televisão
Rádio FM e televisão
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou
São trezentos picaretas com anel de doutor
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque
De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de idéia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniqüidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela formosa dama
- Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de idéia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniqüidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela formosa dama
- Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
PROSA
O Amadis de Gaula, do século XIV
Na Península Ibérica, surge no século XIV o Amadis de Gaula, atribuído a Vasco de Lobeira, mas cuja autoria é ainda incerta, dado que a primeira versão publicada, mais tardia, é em castelhano. Este romance oferece-nos o paradigma do perfeito cavaleiro, destruidor de monstros e malvados, amador constante e tímido de uma donzela, Oriana, a Sem Par, que se deixa possuir antes do casamento, e está na origem do chamado ciclo dos Amadises, um dos de maior sucesso na literatura peninsular.
TEXTO
Este novo desenvolvimento da matéria da Bretanha foi o ponto de partida para uma frondosa ramificação do romance de cavalaria no século XVI, ridicularizada por Miguel de Cervantes em Dom Quixote.
As NOVELAS DE CAVALARIA penetraram em Portugal no século XIII, durante o reinado de Afonso III. O ciclo arturiano deixou marcas vivas de sua passagem em Portugal.
TRISTÃO E ISOLDA
EXCALIBUR
LANCELOT E GUINEVERE
Esta época se caracteriza pelo TEOCENTRISMO. Pertencia à Igreja o grande papel de formadora e moldadora da cultura e mentalidades no Portugal medieval, no qual assumia um protagonismo avassalador.
Um bocadinho mais........
Cancioneiros
Sendo transmitida oralmente, é natural que muito da poesia trovadoresca acabasse desaparecendo, sobretudo antes de 1198. Com o tempo, a fim de avivar a memória incapaz de reter várias composições, as letras passaram a ser transcritas em pequenos cadernos de apontamentos. Mais adiante, com o objectivo de resguardá-las definitivamente contra qualquer extravio, foram postas em cancioneiro.
Cancioneiro da Ajuda - primeira fase medieval - composto no reinado de Afonso III (fins do século XIII), o que exclui a contribuição de D. Dinis (reinou entre 1268 e 1325 e foi chamado Rei Trovador) ; contém 310 cantigas, quase todas de amor;
Cancioneiro Geral - foi uma das primeiras obras impressas em Portugal, quando a tipografia ainda era muito recente;
Cancioneiro da Biblioteca Nacional - (também chamado Colocci-Brancuti, homenagem a seus dois possuidores italianos, dos quais Brancuti foi o último), é, uma cópia italiana do século XVI, possivelmente de original do século anterior; contém 1 647 cantigas, de todos os tipos, e engloba trovadores dos reinados de Afonso III e de D. Dinis;
Cancioneiro da Vaticana - (o nome lhe vem de ter sido descoberto na Biblioteca do Vaticano, em Roma), também cópia italiana do século XVI, de original do século anterior, inclui 1205 cantigas de escárnio e de maldizer, de amor e de amigo.
Referência: Sendo transmitida oralmente, é natural que muito da poesia trovadoresca acabasse desaparecendo, sobretudo antes de 1198. Com o tempo, a fim de avivar a memória incapaz de reter várias composições, as letras passaram a ser transcritas em pequenos cadernos de apontamentos. Mais adiante, com o objectivo de resguardá-las definitivamente contra qualquer extravio, foram postas em cancioneiro.
Cancioneiro da Ajuda - primeira fase medieval - composto no reinado de Afonso III (fins do século XIII), o que exclui a contribuição de D. Dinis (reinou entre 1268 e 1325 e foi chamado Rei Trovador) ; contém 310 cantigas, quase todas de amor;
Cancioneiro Geral - foi uma das primeiras obras impressas em Portugal, quando a tipografia ainda era muito recente;
Cancioneiro da Biblioteca Nacional - (também chamado Colocci-Brancuti, homenagem a seus dois possuidores italianos, dos quais Brancuti foi o último), é, uma cópia italiana do século XVI, possivelmente de original do século anterior; contém 1 647 cantigas, de todos os tipos, e engloba trovadores dos reinados de Afonso III e de D. Dinis;
Cancioneiro da Vaticana - (o nome lhe vem de ter sido descoberto na Biblioteca do Vaticano, em Roma), também cópia italiana do século XVI, de original do século anterior, inclui 1205 cantigas de escárnio e de maldizer, de amor e de amigo.
Massaud Moisés, A Literatura Portuguesa Editora Cultrix, São Paulo
Profª Helena Maria in http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com.br/
Olá estudante da EEMI Ilza Irma do 1ªA, 1ºB, 1ºC, 1ºD. Você, que chegou até aqui, leia o post, faça seu mapa textual e deixe um recadinho aqui: "comentários".
Boa pesquisa!!!!
O caderno:
- 1ª pág foto/cabeçalho
- pular 8 folhas
- página de abertura do Trovadorismo - escrever TROVADORISMO
- colar o mapa recebido
- pesquisa: deverá ter um exemplo de cantiga de amor, amigo, escárnio e mal-dizer medievais (Trovadorismo) e uma de cada modalidade de músicas contemporâneas.
Obs.: as cantigas medievais deverão ser escritas e as contemporâneas poderão ser coladas.
- página de abertura do Humanismo - escrever HUMANISMO
- colar o mapa recebido
- pesquisa:resumo e trecho das obras Farsa de Inês Pereira, Todo Mundo e Ninguém, Barca do Inferno.
bjks achocolatadas"O caderno:
- 1ª pág foto/cabeçalho
- pular 8 folhas
- página de abertura do Trovadorismo - escrever TROVADORISMO
- colar o mapa recebido
- pesquisa: deverá ter um exemplo de cantiga de amor, amigo, escárnio e mal-dizer medievais (Trovadorismo) e uma de cada modalidade de músicas contemporâneas.
Obs.: as cantigas medievais deverão ser escritas e as contemporâneas poderão ser coladas.
- página de abertura do Humanismo - escrever HUMANISMO
- colar o mapa recebido
- pesquisa:resumo e trecho das obras Farsa de Inês Pereira, Todo Mundo e Ninguém, Barca do Inferno.
Prof Katty
Legal, achei a música que é para tocar na flauta.
ResponderExcluirTem que escrever a musica inteira?
ResponderExcluir