quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O MOVIMENTO PENDULAR DAS ESTÉTICAS

As obras literárias, embora possuam linguagem subjetiva, carregam consigo valores, pensamentos e costumes de épocas.



Esses valores, na literatura, desaparecem e voltam a se reafirmar,  mais tarde, em outros momentos literários. Funcionam mais ou menos como um pêndulo ou um círculo vicioso; podemos verificar perfeitamente esse retorno ao passado através do seguinte gráfico:

Classicismo, o Arcadismo, o Realismo/Naturalismo e o Parnasianismo são movimentos que retomaram as fontes da Antiguidade Clássica; enquanto o Barroco, o Romantismo e o Simbolismo perfilam-se como movimento que, opondo-se aos primeiros buscam o “eu”, o subjetivismo da era medieval. O impressionismo e o Modernismo ficariam na intersecção das duas tendências, na tentativa de conciliação do objetivismo e do subjetivismo.

Classicismo.
Essa escola literária decorre da “ressurreição” dos escritores da Antiguidade Clássica, cuja leitura influenciava o modo de viver e de se expressar da época, vindo ao encontro dos anseios do homem renascentista, uma vez que a cultura grega já se caracterizava por uma visão antropocêntrica. O homem, não Deus, passa a ser a medida de todas as coisas, o senhor do mundo, sem medo das superstições que marcaram a época Medieval.

Historicamente o Renascimento foi um período de grandes transformações culturais, políticas e econômicas que caracterizaram a Europa dos séculos XVI e XVII. Dentre elas, podemos destacar o fim do feudalismo e o crescimento das cidades e do comércio.   
  
A arte da época é muito influenciada pelos padrões greco-latinos, que explora os temas mitológicos e modifica os próprios temas cristãos.

                      “Transforma-se o amador na coisa amada
                               Por virtude do muito imaginar
                               Não tenho, logo, mais que desejar,
                               Pois em mim tenho a parte desejada.”

Fragmento da obra de Camões no qual percebemos a valorização humana e a expressão do amor através de uma concepção racional .
                       
Barroco
século XVII
Estética literária que  se caracteriza pela existência de conflitos de ordem política, religiosa, econômica e social. As idéias da Reforma Protestante começam a ser combatidas com mais rigor através da Contra-Reforma. Surge então uma profunda reação àquela visão antropocêntrica de mundo cristalizada no Renascimento, propondo uma volta ao medievalismo e à autoridade da Igreja e do rei.

Esse retorno à visão medieval de mundo implicaria na perda da soberania conquistada pelo homem renascentista. Confrontam-se, por isso, duas forças opostas: antropocentrismo e teocentrismo.

Tentando conciliar esses dois elementos, o homem vive a tensão que marca a maneira de pensar, as concepções sociais, políticas e artísticas da época. No Brasil, essa fase é bem representada pelo Padre Antonio Vieira e pelo escritor Gregório de Matos Guerra.

                        “Porém, se acaba o sol, por que nascia?
                               Se tão formosa a luz é, por que não dura?
                               Como a beleza assim se transfigura?
                               Como o gosto da pena assim se fia?”
                                                                              (Gregório de Matos Guerra)
É dessa época também, as obras do famoso escultor brasileiro Antônio Francisco Lisboa, cujo pseudônimo é “Aleijadinho.”

Arcadismo
Durante a segunda metade do século XVIII, a Europa passa por uma importante fase de transformação cultural. É o “século das luzes”, do Iluminismo.
Na literatura surge o Arcadismo, período que se  caracteriza pelo restabelecimento do equilíbrio clássico, rompido durante o período barroco. A dúvida, a angústia vividas durante a escola anterior, são substituídas pelo otimismo, pela volta à simplicidade, à natureza, como constatamos através do soneto de Cláudio Manuel da Costa.

                                               Soneto LXII
                               Torno a ver vos, ó montes; o destino
                               Aqui me torna a pôr nestes oiteiros
                               Onde em tempo os gabões deixei grosseiros
                               Pelo traje da Corte rico e fino
                              
Aqui estou entre Almendro, entre corino,
                               Os meus fiéis, meus doces companheiros,
                               Vendo correr os míseros vaqueiros
                               Atrás de seu cansado desatino.

                               Se o bem desta choupana pode tanto,
                               Que chega a ter mais preço e mais valia,
                               Que a Cidade o lisonjeiro encanto;

                               Aqui descanse a louca fantasia;
                               E o que até agora se tornava em pranto,
                               Se converta em afetos de alegria.
                       
Romantismo
Uma outra estética literária surge na Alemanha e na Inglaterra, ainda entre o final do século XVIII e início do século XIX. O movimento que primava pelo subjetivismo, pelo individualismo.

Posteriormente, essa escola se espalhou  por toda a Europa através da França, tendo como lema os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade (bandeira da Revolução Francesa – 1789). A essa euforia é somada a liberdade das idéias, das artes, dos gêneros literários: pode-se escrever o que se pensa e o que se sente. É a hora e a vez da expressão subjetiva, é o coração que percebe o mundo ao seu redor.

Nessa fase, os europeus redescobriram a Idade Média. O Cavaleiro das Cruzadas foi reabilitado. A espontaneidade e a musicalidade da lírica trovadoresca substituíram a erudição e a disciplina clássicas.

No Brasil, como não tivemos Idade Média, nossos românticos buscaram resgatar o índio como nosso legítimo antepassado nacional. Em I-Juca Pirama, o poeta Gonçalves Dias enaltece o índio brasileiro pela sua honra, força e coragem. Veja um fragmento desta obra.
                           

                            ( ... )
                               Meu canto de morte,
                               Guerreiros, ouvi:
                               Sou filho das selvas,
                               Nas selvas cresci;
                               Guerreiros, descendo
                               Da tribo tupi
                            Da tribo punjante

                               Que agora anda errante
                               Por fado inconstante,
                               Guerreiros, nasci:
                               Sou bravo, sou forte
                               Sou filho do Norte;
                               Meu canto de morte,
                               Guerreiros, ouvi
                               ( ... )


O índio também é abordado por José de Alencar em seus romances. Em “Iracema”, o escritor retrata a época de formação do Ceará, mostrando o nativo brasileiro em contato com o branco colonizador ( Iracema / Martim ). Já em “Ubirajara” ele apresenta o índio em seu estado mais puro, pré-cabralino.

E como estamos falando em José de Alencar, é importante lembrar que esse grande romancista deixou também registrados, em sua obra, valores da sociedade do século XIX. Vários de seus romances têm como assunto a vida na corte, seus costumes, hábitos e convenções. São os chamados “romances urbanos”, cujo objetivo era revelar a sociedade carioca da época. Em “Senhora”, por exemplo, ficam evidentes esses valores, mostrando o casamento como uma transação comercial, uma forma de ascensão social.

Realismo/ Naturalismo e o Parnasianismo
Correntes artísticas mais expressivas do final do XIX.
Essa fase teve, como pontos culminantes, a Revolução Industrial e o avanço científico e tecnológico que levaram a profundas transformações na vida, na arte e no pensamento da época. Privilegiou-se a intelectualidade nos bares boêmios; o materialismo opõe-se à metafísica, à religião e a tudo que escapasse aos limites da matéria. A situação das massas trabalhadoras nas cidades industriais, a explosão urbana, a eletricidade, o telégrafo, criaram uma nova forma de vida antecipadora da civilização industrial do nosso tempo.

Na arte realista, há a introdução de uma grande novidade, que é a representação do real de uma maneira absolutamente isenta de idealização e sentimentalismo. O povo torna-se tema da pintura.

Em nosso país, esses estilos predominaram entre 1881 e 1883. Porém o Parnasianismo aconteceu apenas na França e no Brasil e foi a recuperação dos ideais do Classicismo, representando um retorno aos temas, à arte voltada para o belo, para a verdade e para a perfeição formal. Vejamos alguns exemplos desses estilos na poesia:


                                   Poesia Parnasiana

                        ( ... )
                        Invejo o ouvires quando escrevo:
                               Imite o amor
                        Com que ele, em ouro, o alto-relevo
                        Faz de uma flor.

                        Imito-o E, pois, nem de Carrara
                               A pedra firo:
                        O alvo cristal, a pedra rara,
                     O ônix prefiro.
                            ( ... )    ( Olavo Bilac )


                         Poesia Realista

                Odeio as virgens pálidas cloróticas
                Belezas de missal que o Romantismo
                Hidrófobo apregoa em peças góticas
                Escritas nuns acessos de histerismo

                                               (Carvalho Junior)
Na prosa realista, temos Machado de Assis que procura mostrar em seus romances o gosto pela análise psicológica das personagens, revelando uma preocupação cada vez maior pela análise do comportamento humano nos seus motivos mais íntimos. Essa introspecção na vida humana e a profunda sondagem psicológica acabam por mostrar uma outra dimensão da realidade, além das aparências sociais. Essas características podem ser estudadas com detalhes nas obras realistas desse escritor ( “Dom Casmurro”,”Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba” ) e também em seus contos.

Já as tendências naturalistas ficam bem acentuadas nas obras de Aluísio Azevedo, principalmente em “O Cortiço.” Esse escritor apresenta, na obra, situações que privilegiam o exterior das personagens, seres arrastados pela força do instinto, pelas pressões do meio, pelos apetites sexuais ou por suas heranças biológicas e psíquicas.

Simbolismo
final do século XIX
Se manifestou através de uma forte reação ao espírito científico e materialista. Esse período é um retorno ao subjetivismo romântico, ao predomínio do “eu” da imaginação e da emoção, ainda de modo mais profundo, principalmente no que diz respeito à religiosidade e ao misticismo. Nota-se também uma preocupação formal, porém visando à sonoridade do texto. 

          “Eternas, imortais vivas
          Da Luz , do Aroma, segredantes vozes
          Do mar e luares de comtemplativas
          Vagas visões volúpicas, velozes.”

Nas duas primeiras décadas do século XX, o Brasil passa por uma fase bastante conturbada. Vários focos de agitação abalam o país. Entre eles, a Guerra dos Canudos, a revolta contra a vacina obrigatória no Rio de Janeiro, a política do café com leite (São Paulo/Minas).O centro econômico e cultural desloca-se para o Sudeste do país. São Paulo urbaniza-se rapidamente. O operariado começa a se organizar.
Essa inquietação social interna intensifica-se quando sobrevém a Primeira Guerra Mundial, na qual o Brasil entra em 1917.

Pré-Modernismo
Nesse contexto histórico-cultural surge o período cultural brasileiro de transição que vai de 1902 (publicação de “Os Sertões”) à Semana de Arte / 1922.
Por ser uma literatura de transição apresenta duas facetas bem distintas: uma de caráter conservador, pela permanência de elementos naturalistas e parnasianos e outra de caráter renovador,  pelo interesse crítico na realidade brasileira, revelando as tensões da época.
Essa segunda tendência aparece sobretudo na prosa. Em “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, por exemplo, Lima Barreto mostra a personagem Isaías, um mulato que procura emprego no Rio de Janeiro; nessa obra o escritor aborda o problema do preconceito racial reinante na época.
Outros autores também retrataram problemas sociais como agitações e guerras (“Os Sertões” de Euclides da Cunha); o drama do imigrante (Canaã, de Graça Aranha)e a situação do caipira paulista (“Urupês” e “Cidades mortas” de  Monteiro Lobato).
                   
 Modernismo
Conforme já vimos no início do século XX, houve uma inquietação política e cultural, não apenas no Brasil, mas no mundo. Portanto, esse novo estilo literário foi um movimento de âmbito bastante largo que promoveu a reavaliação da cultura brasileira, inclusive porque coincidiu com outros fatos importantes no terreno político e artístico, dando a impressão de que na altura do Centenário da Independência (1922), o Brasil efetuava uma revisão de si mesmo e abria novas perspectivas, diante das transformações mundiais da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que aceleraram o processo de industrialização e de prosperidade.
Em 1929, o mundo atravessa uma enorme crise financeira que levará à Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Foi nesse período de insatisfação, contradição, inquietação e desequilíbrio que surgiram movimentos artísticos voltados para uma nova interpretação e expressão da realidade. Esses movimentos ficaram conhecidos como vanguardas européias e exerceram  influência sobre o modernismo, não só na literatura, mas também na arte.  Diversos caminhos foram trilhados pelos artistas modernos na pintura.
 Essa estética aconteceu, em nosso país, em três fases.  primeira foi no período de  destruição, a fase do experimentalismo, do espírito revolucionário cuja preocupação era definir as novas idéias, atacando de forma agressiva a literatura tradicionalista.
Esse caráter revolucionário estimulou o aparecimento de numerosos grupos, descentralizando a literatura. Apesar das diferenças entre os diversos grupos da primeira fase, há em quase todos eles um acentuada inspiração nacionalista que pode ser considerada uma das características básicas do modernismo.  Podemos destacar nessa fase Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Cassiano Ricardo e outros.

                   Amo São Paulo em meio à multidão dos seus operários:
                         Um que trabalha no andaime de um gigantesco edifício, e agora mesmo
                       Atravessou lá em cima uma tábua suspensa tão alto que a todo instante
                         Entra e sai na fumaça de uma nuvem que passa ?
                                           ( ... )   ( Cassiano  Ricardo )
                                                      
Passada a fase mais agressiva e polêmica, observamos que a literatura brasileira começa a entrar num período de construção, de amadurecimento, sobretudo com a estréia de uma geração de escritores que revelariam, em suas obras, uma grande preocupação com os problemas sociais de seu tempo. Nessa Segunda fase do nosso Modernismo situada entre 1930 e 1945 surge o romance social nordestino, de linha neo- realista, cuja intenção principal foi denunciar os problemas econômicos do Nordeste, o drama dos retirantes e a exploração do povo num sistema social injusto.

Dentre os escritores dessa época destacam-se: Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e outros. Em “Vidas Secas”, Graciliano Ramos faz uma análise da situação precária em que vivia o homem do Nordeste brasileiro. Precária não só pelas condições adversas da geografia, mas também pela ausência da mais elementar instrução e pelos desmandos a que o trabalhador era submetido pelos proprietários de terras.

Na poesia, abandona-se o espírito destrutivo e irreverente dos primeiros momentos e os poetas passam a desenvolver suas próprias tendências, buscando as linhas social, religiosa, espiritualista, amorosa e recorrendo, inclusive, a formas poéticas tradicionais como o soneto que podemos encontrar nas obras de Vinícius de Moraes.

A partir de 1945, tivemos a terceira fase do modernismo brasileiro, denominada por alguns críticos de Pós- Modernismo. Ainda que seja difícil descrevermos todas as correntes literárias desse período, apontamos algumas tendências que nos ajudarão a compreender os caminhos trilhados pela prosa e poesia desse momento. Em primeiro lugar, destaca-se o interesse pela análise psicológica das personagens notadamente nas obras de Clarice Lispector. Essa abordagem também foi tomada por Dalton Trevisan, porém de forma mais direta e objetiva, conduzindo o leitor ao mais profundo das misérias do cotidiano e aos mecanismos de opressão do mundo contemporâneo.

Outra tendência é o chamado realismo fantástico que expressa uma visão crítica das relações humanas e sociais através de narrativas que transfiguraram  a realidade. Essa característica é bem representada nas obras de Moacir Scliar e José J. Veiga.

 Por último, devemos fazer referências ao regionalismo, tendência que desde o Romantismo constituído fonte preciosa para a literatura brasileira. Essa intenção de representar o interior do país, seus tipos humanos, seus problemas sociais , é comum nas obras de Guimarães Rosa, escritor considerado marco inicial desse tipo de prosa moderna.

 Em se tratando da poesia brasileira, esse foi um período em que coexistiram diferentes tendências. A exemplo da chamada de geração de 45,  grupo de poetas que rejeitaram o verso desleixado modernista e  revalorizavam a acuidade artesanal com a linguagem poética. Veja um exemplo da produção dessa época.
                             ( ... )
                              
                               Somos muitos Severinos                                  E se somos Severinos
                               Iguais em tudo na vida;                                   Iguais em tudo na vida
                               Na mesma cabeça grande                                               Morremos de morte igual,
                               Que a custo é que se equilibra                         Mesmo morte severina
                                                                                                                                             ( ... )

Expressionismo
 No final do século XIX
O objetivo era expressar as emoções e o mundo interior do homem através de distorções violentas. Em 1907, Pablo Picasso desenvolveu as idéias do Cubismo. Essa pintura cubista caracteriza-se pelas formas geométricas. A obra que marca o início desse movimento é “Les demoiselles d`Avignon”.

Surrealismo
Outro importante movimento artístico dessa época que busca libertar o artista dos limites da razão, propondo a expressão plena da imaginação. No campo da pintura temos como representante Salvador Dali, entre outros.
No Brasil, nossos artistas se beneficiaram do clima da Semana de Arte Moderna de 1922. Exemplos das diversas tendências da pintura brasileira moderna podem ser vistos em “Tropical” de Anita Malfatti,  “Samba” de  Di Cavalcanti, “Abaporu” de Tarcila do Amaral e “Menino morto” de Portinari.

Na década de 50, surgiu um movimento poético inovador chamado Concretismo, sendo Décio Pignatari um de seus principais representantes.

                                                                           Coca- cola
                               Beba                      coca                       cola
                               Babe                                                     cola
                               Beba                      coca
                               Babe                      cola                        caco
                                Caco
                               Cola
                                                               Cloaca  
(Décio Pignatari)

Na década de 60, surge uma tendência denominada poesia Práxis, cuja intenção era estabelecer uma ponte entre o poeta e a vida social. . É o que podemos observar no poema:
                                                                       Força na força
                               ( ... )
                               a palavra na boca                                                             a rolha fofa sem força
                               na boca a palavra: força                                 a palavra em folha solta                                 
                               a força da palavra força                                  a força da palavra força
                               a palavra rolha fofa                                                         a palavra de boca em boca
                                                                                                                                             (...) Mário Chamie
Ainda na década de 60, alguns poetas manifestaram-se contrários aos excessos de teorização e experimentalismo, propondo a volta ao cotidiano sofrido do homem comum.

Nessa linha poética, encontramos Ferreira Gullar que abandona sua atividade concretista aderindo à poesia social. É dele esse poema:

                                        Não há vagas

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
A luz o telefone.
               ( ... )
 A partir de 1968, as vanguardas pareciam já ter exaurido suas propostas. Os poetas passam, então, a investir na música popular . As escolas e universidades descobrem o texto da música como produto estético a ser analisado.

                               Pra não dizer que não falei das flores
                              
                               Caminhando e cantando e seguindo a canção           Vem, vamos embora,
                               Somos todos iguais, braços dados ou não,                   Que esperar não é saber
                               Nas escolas, nas ruas, campos, construções                Quem sabe faz a hora,
                               Caminhando e cantando e seguindo a canção           Não espera acontecer
                                                                                                                                                             ( ... )

Nos anos 70, a poesia marginal surgiu como uma recusa dos poetas em relação ao métodos tradicionais de produção e distribuição de suas obras. A venda desses trabalhos se dava, geralmente, de mão em mão, sendo realizada muitas vezes pelo próprio autor. Eram  poesias: ora de expressão subjetiva, pessoal; ora de denúncia. A obra dos “marginais” de 70 obteve maior aceitação que a dos grupos anteriores.Um exemplo de poeta dessa fase é Paulo Leminsky.

                        “nuvens brancas
                               passam
                               em brancas nuvens”

E o mundo hoje? Para onde caminha? E o homem contemporâneo?   
Seria este um momento de transição? Que valores reafirmaríamos no que concerne à literatura? Estaria o homem vivendo um momento semelhante ao que marcou a passagem do Barroco para o Arcadismo?                 
POR: Marlene Aparecida Scoparo e Odalvina Maria Zanetti de Oliveira
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/folhas/frm_detalharFolhas.php?codInscr=104&PHPSESSID=2014020914031779

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Katty Rasga