terça-feira, 1 de novembro de 2016

Literatura de cordel


Literatura de cordel

"A literatura de cordel é assim chamada pelo fato dos folhetos serem expostos pendurados em barbantes e vendidos em feiras em Portugal. 
No nordeste, o nome dado é "folhetos" ou "romance". No Brasil, muitos cordelistas não perpetuaram a tradição de pendurar folhetos em barbantes e vendiam seus folhetos em bancas, no chão, etc.
A "literatura de cordel nordestina" (folhetos ou romances) ,  manifestação da cultura popular tradicional, nasceu no interior do nordeste, espalhou-se por todo o país, pelo processo migratório do sertanejo-nordestino. 
De conteúdo muito diverso, essa literatura oral que abrange inúmeras modalidades, comemorou cem anos de no Brasil. 
O folheto é a forma tradicional de impressão. As capas, geralmente são feitas em xilogravura. Não devemos confundir esta manifestação brasileira com aquela que era feita em Portugal que tinha este nome por ser dependurada em barbantes.
O folheto brasileiro é escrito em  verso. Muitos tem xilogravuras, outros não. Embora a xilogravura esteja umbilicalmente ligada aos folhetos de cordel.


O Cangaceiro, filme realizado pelos alunos de Design da UFPE, conta a história de Lampião, personagem histórico da Região Nordeste. Baseado em literatura de cordel, os versos narram seus infortúnios e seus amores, seu triunfo e seu declínio, e até seus acordos com o capeta. A animação mostra um pouco dos mitos e da fantasia que envolve o imaginário acerca do personagem.


CONTEXTUALIZAÇÃO DAS HISTÓRIAS
AMBIENTAÇÃO:
Veredas sertanejas
Caatinga
"Então, a travessia das veredas sertanejas é mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos, o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a outra o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças, e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado; árvore sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos palo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante…"

Cunha. E. Os sertões. Disponível em: http://pt. scribd.com.
O trecho acima contextualiza o ambiente das produções : sistema biogeográfico da Caatinga, onde se tem formação de xerófilas, marcantes pela vegetação cactácea, adaptada ao clima seco e quente do semi-árido brasileiro.
Guerra de Canudos
Antonio Conselheiro
Cangaceiros
Antonio Silvino
Lampião




PAVÃO MISTERIOSO de José Camelo de Melo Rezende.
A moça que danço depois de morta Borges
O Matuto no Cinema (Quirino)
Padim de Juazeiro (Rodrigo Macedo)
O homem que queria enganar a morte - filme de Josafá Ferreira Duarte - produzido em junho de 2014 na Comunidade dos Salgado dos Mendes em Forquilha/CE

Modalidades da cantoria de repente e da literatura de cordel


O cego Aderaldo de Raquel de Queiroz

CORDEL X REPENTE
O cordel é diferente 
Do repente improvisado 
O cordel é sempre escrito 
Em folheto e declamado 
O repente é improviso 

Sem ter nada decorado. (Estrofe retirada do livro "Vida Rima com cordel" Ed. Salesiana.)


Poesia Repentista

É o desafio de cantadores. É feita pelo cantador repentista que utiliza-se da viola nordestina, faz a chamada cantoria "pé- de- parede". O repentismo de viola agrega inúmeras modalidades. É a forma de improviso que mais se difundiu pelo país, também pelo processo migratório. O repentismo também é difundido em festivais. Cuidado para não confundir o repente de viola com a embolada ou o Rap.

Improviso
A manifestação de improviso que deu origem à literatura de cordel, é a cantoria feita com viola, não com pandeiro. Existem muitas outras formas de improviso poético pelo Brasil (Cururu, Rap, Partido alto, etc) cada um desenvolvido em uma região e com características e tradições próprias.

Poesia matuta

Outro estilo da literatura sertanejo- nordestina, usa muito quadras e rimas com som parecido.
"Vaca Estrela e Boi Fubá" do poeta Patativa do Assaré







Antonio Silvino, antes de Lampião, ele era o cangaceiro mais famoso e seu apelido mais conhecido foi “Rifle de Ouro”. Nascido no dia 2 de dezembro de 1875, em Afogados da Ingazeira, Manoel Batista de Morais entrou para a história como Antonio Silvino. Durante 16 anos, driblou a polícia, praticou saques e assassinou inimigos, mas era tratado pelos poetas populares como um “herói” por respeitar as famílias. Tornou-se o detento número 1.122, condenado a 239 anos e oito meses de prisão. Em 4 de fevereiro de 1937, depois de vinte e três anos, dois meses e 18 dias de reclusão, foi indultado pelo presidente Getúlio Vargas. O ex-rei do cangaço morreu em 30 de julho de 1944, em Campina Grande, na casa de uma prima.

              

ESCANSÃO (contagem das sílabas poéticas)
ANTONIO SILVINO - o rei dos cangaçeiros 
de Leandro Gomes de Barros


1     2      3     4       5      6        7
O /  pó / vo / me / cha / ma / gran(de)           A
E  / co / mo / de / fa / to eu/  sou                  B
Nun / ca / go / ver / no / ven / ceu(-me)         C
Nun / ca /ci / vil / me / ga / nhou                   B
A / trás / de / mi / nha e/  xis/ tên(cia)           D

Não / foi / um / só / que / can / sou               B




Versos com sete sílabas poéticas  - redondilha maior
Versos com cinco silabas poéticas - redondilha menor
SEXTILHA (ESTROFES COM 6 VERSOS)

OFICINA DE PRODUÇÃO
Agora, em duplas ou trios e seguindo as ideias próprias do estilo de época definido para a classe, os alunos elaborarão um poema de cordel, para o qual deverão dar um título e apresentar a seguinte estrutura:
I. Uma situação inicial.
II. Indícios de desequilíbrio da situação inicial.
III. A constatação desse desequilíbrio.
IV. A tentativa de recuperar o equilíbrio do início.

V. A volta ao equilíbrio inicial.
Mote: Contos de fadas

Grade de critérios de correção
-Adequação entre título e texto.
-Adequação ao estilo definido pela classe.
-Presença de crítica social.
-Respeito às características do gênero textual escolhido: poema de cordel.
-Criatividade coerente com a realidade textual produzida.

Aulas de Cordel e Repente

Ref.: http://www.teatrodecordel.com.br/

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[]s.
Katty Rasga