quinta-feira, 30 de agosto de 2007

TURBINANDO 5 - Roxane Helena Rodrigues Rojo

"O Que se Deve Fazer é Ensinar às Crianças a Linguagem Escrita e Não Apenas a Escrita de Letras"


"(..) A escrita deve ser `relevante à vida'(...),
deve ter significado para as crianças, uma
necessidade intrínseca deve ser despertada
nelas e a escrita deve ser incorporada a uma
tarefa necessária e relevante para a vida. Só
então poderemos estar certos de que ela se
desenvolverá não como um hábito de mão e
dedos, mas como uma forma nova e complexa
de linguagem" (VYGOTSKY,
1935, p.133).

"(..) Métodos naturais de ensino da leitura e da
escrita implicam operações apropriadas sobre o
meio ambiente das crianças. Elas devem sentir a
necessidade do ler e do escrever no seu
brinquedo." (op. cit., p.134).

As implicações práticas de VYGOTSKY , segundo Roxane Rojo, incorporam,quatro pontos fundamentais para a elaboração de intervenções pedagógicas que poderíamos enunciar como:

I. A escrita construída em interação com a criança deve ser motivada: relevante para a vida, necessária para a atividade em curso, desejada pela criança.

II. A escrita construída em interação com a criança deve ser uma prática, um uso significativo de leitura e produção de textos, mais do que um ensino ou uma técnica.

III. Como tal, ela deve constituir-se como discurso (texto) significativo,inserido numa situação de produção significativa, formatado num gênero, ao invés de manipular letras, sons e palavras.

IV. Os diversos discursos escritos (gêneros) construídos em interação com a criança devem ser pensados em sua transição, num processo contínuo de construção social.

SCHNEUWLY (1994) e SCHNEUWLY e DOLZ , propondo os gêneros como grandes instrumentos para a aprendizagem do texto escrito, sugerem uma complexificação dos gêneros que vá organizar um currículo numa progressão discursiva, onde todos os tipos de texto (narrativos, expositivos, argumentativos)
devem ser construídos das suas formas concretas (gêneros) mais primitivas e simples para as mais complexas e tardias.

Poderíamos entender desta maneira o que VYGOTSKY está sugerindo, no item IV, sobre caber ao educador organizar esta transição. Mas esta discussão pode também acrescentar ainda três novos pontos a nosso "decálogo":

V. A socioconstrução dos diversos modos de discurso escrito (gêneros), negociada na interação, deve sempre ser informada por uma situação de produção clara, explícita e, se possível, real ou realista.

VI. A socioconstrução dos diversos modos de discurso escrito (gêneros), negociada na interação, deve levar em conta diferentes tipos de discurso e organizar-se dos gêneros mais simples para os mais complexos.

"(...) Em resumo, uma abordagem vygotskiana do
desenvolvimento da linguagem [escrita] deve se
colocar questões e intervir ao menos em três
níveis: no nível da análise das práticas sociais
de escrita e da definição da atividade discursiva;
no nível de suas origens interpsicológicas (préhistória
da escrita, situações de comunicação por
escrito, relação com a linguagem) e no nível
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das mediações semióticas das atividades
discursivas que permitem seu controle e sua
transformação." SCHNEUWLY (1985, p.
201).

Ref.: "Garantindo a Todos o Direito de Aprender": Uma Visão Socioconstrutivista da Aprendizagem de Linguagem Escrita no Ensino Básico de Roxane Helena Rodrigues Rojo

2 comentários:

  1. Oi Katty!! Adorei seu Blog tem tudo haver com as postagens do meu Blog. Minha pesquisa científica do mestrado está voltada para os Novos Letramentos. Dá uma olhada na minha página> Espero que goste! bj

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  2. Oi Katty!! Adorei seu Blog tem tudo haver com as postagens do meu Blog. Minha pesquisa científica do mestrado está voltada para os Novos Letramentos. Dá uma olhada na minha página> Espero que goste! bj

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Grata pela sua participação.
[]s.
Katty Rasga